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Pedágios em rodovias concedidas de MS passarão a ser cobrados em 10 meses
A concessionária Way-112 começará as obras de melhorias no asfalto da MS-112 e das BRs 158 e 436 no início do mês de abril
CORREIO DO ESTADO / KETLEN GOMES
O Grupo Way Brasil ganhou a concessão da rodovia MS-112 e de trechos da BR-158 e BR-436, na região leste de Mato Grosso do Sul. Ao longo de 412,40 km, serão instalados seis pedágios, que terão preços entre R$ 4,00 e R$ 12,32.
Segundo o diretor-presidente da Way, Paulo Nunes Lopes, a expectativa é de que as cobranças passem a ser efetuadas em 10 meses.
O prazo é o estimado pela empresa para realizar as primeiras obras de melhorias das vias. A concessionária tem 12 meses para fazer os primeiros reparos e, só depois disso, poderá passar a cobrar o pedágio. A Way quer aproveitar o período de seca para concluir as obras.
Logo após a publicação do contrato, que deve acontecer entre os dias 27 e 28, a Way-112, nominação específica para o consórcio no Estado, vão começar as intervenções, com ações de tapa buraco e de capina.
Já no dia 2 de abril a empresa pretende entrar com o maquinário para recuperar todo o pavimento estipulado.
“É uma mudança muito grande. A BR-158 e a BR-436, os prefeitos, que estão todos aqui, classificam elas como ‘rodovias da morte’. São vias muito demandadas por caminhões, pois o tráfego do agronegócio é muito forte na região, com 70% do fluxo de veículos comerciais. Então, é uma exigência muito grande de pavimento”, relata o diretor-presidente.
Os pedágios serão instalados em seis pontos. O valor de R$ 4 será cobrado na praça da divisa de Mato Grosso do Sul e São Paulo, e nos demais cinco pontos será de R$ 12,32.
Cassilândia, Selvíria e Paranaíba terão uma praça de pedágio cada, e Aparecida do Taboado, duas. Outras seis bases de atendimento também serão feitas, uma em Cassilândia, uma em Selvíria, uma em Inocência, uma em Aparecida do Taboado e duas em Paranaíba.
As bases servirão para prestar socorro aos motoristas em casos de acidentes nas vias e também terão uma parte dedicada aos usuários, com banheiros, fraldários, bebedouros e outros itens.
“Por exemplo, o guincho leve [para carros] tem de chegar em no máximo 90 minutos, e a ambulância, em 30 minutos. No caso do guincho pesado, são 180 minutos. Elas [as bases] são localizadas para poder atender esse tempo”, diz Lopes.
O diretor-presidente da Way relatou também que, ao longo dos cinco primeiros anos, serão feitos 53 km de terceira faixa na BR-158 e, a partir do sétimo ano de concessão, haverá a implementação de 200 km de acostamento na MS-112.
Essas intervenções visam atender o grande fluxo de veículos, de acordo com Lopes, possibilitando melhores opções de ultrapassagem, mais segurança e conforto aos motoristas.
TECNOLOGIA
Lopes divulgou, ainda, uma parceria com a empresa de telefonia Tim, que vai disponibilizar cobertura 4G em todos os trechos das rodovias.
Segundo a concessionária, o projeto é pioneiro e vai beneficiar cerca de 30 mil veículos que circulam diariamente na extensão da MS-112 e nos trechos da BR-158, da BR-436 e da MS-306, que são as vias em que a Way opera no Estado.
O projeto será dividido em três fases e vai começar ainda neste ano, primeiramente em Cassilândia. Ao longo de 2023, os demais municípios nos quais a empresa atua em suas rodovias receberão obras de instalação das torres e de equipamentos de transmissão.
No decorrer dos anos, a Way confirmou, também, que pretende implementar a “rodovia inteligente”, que, além das redes de telefonia e de internet, contará, ainda, com câmeras e com um centro de monitoramento da concessionária.
REPASSE
Os seis municípios que possuem trechos das vias concedidas à Way receberão um valor correspondente ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), que é recolhido pelos municípios em razão da prestação de serviços realizados por empresas e profissionais autônomos.
Cada cidade tem o seu valor estipulado na participação das vias, ou seja, quantos quilômetros determinada rodovia passa por cada município.
Inocência é a que tem o maior valor estimado de ISSQN para receber anualmente, o equivalente a R$ 2.228.399,90. Logo depois vêm Paranaíba (R$ 2.145.356,15), Aparecida do Taboado (R$ 2.066.843,16), Selvíria (R$ 1.411.816,34), Cassilândia (R$ 955.576,51) e Três Lagoas (R$ 497.982,84).
EMPREGOS
A empresa estima que mais de 300 empregos diretos serão criados com o novo contrato. De acordo com levantamento da Way, serão 89 pessoas empregadas para atuarem em Aparecida do Taboado, 82 em Cassilândia, 80 em Paranaíba, 56 em Selvíria e outras 20 em Inocência.
Essas novas oportunidades de trabalho serão voltadas para o quadro operacional da empresa em MS, das praças de pedágio às bases de atendimento. Além disso, Lopes acredita que mais de 2,5 mil empregos serão gerados indiretamente com as obras e os demais investimentos durante a concessão.
Saiba: Contrato entre Way e governo do Estado - O contrato entre o estado de Mato Grosso do Sul e a empresa Way, assinado na tarde de ontem, no auditório da Governadoria, garante investimentos de R$ 3,44 bilhões em 30 anos, destinados à recuperação, operação, manutenção, conservação e implantação de obras de melhorias e de ampliação da capacidade de tráfego da rodovia MS–112 e de trechos das BRs 158 e 436.
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