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Médico do Corinthians se demite e detona presidente: "Não sabe absolutamente nada de futebol"
Em entrevista ao ge, André Jorge revela bastidores e explica motivos para deixar o cargo
GLOBOESPORTE.COM / YAGO RUDá
André Jorge não é mais o chefe do departamento médico do Corinthians. Nesta sexta-feira, o profissional pediu demissão alegando influência política em seu trabalho no CT Joaquim Grava e má gestão do presidente Osmar Stabile.
– O Osmar não sabe absolutamente nada de futebol – criticou o médico.
Em entrevista ao ge, André Jorge explicou que havia pedido demissão em setembro deste ano, quando o Corinthians contratou o médico Ricardo Galotti para ocupar o mesmo cargo dele.
Além da concorrência interna, o que considera influência política, o ex-chefe do departamento médico do Timão estava insatisfeito com a indefinição de seu contrato de trabalho. Segundo ele, a demissão não possui relação alguma com os recentes desfalques da equipe.
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A reportagem do ge entrou em contato com o presidente Osmar Stabile, que optou por não se manifestar sobre o assunto. O médido Ricardo Galotti também foi procurou e preferiu não se pronunciar.
Confira a entrevista com o ex-chefe do departamento médico do Timão:
Por que o senhor pediu demissão? – Há dois meses, o presidente Osmar entrou e contratou o médico do São Paulo (Ricardo Galotti) para assumir o meu lugar. Eu pedi demissão naquele dia porque foi tudo escondido, até mesmo do Fabinho (Soldado, executivo de futebol).
– Ele (Stabile) disse que era um pedido do grupo político do Fran Papaiordanou (conselheiro do clube). Naquela época, o presidente não aceitou a minha demissão, refez o departamento e me manteve na chefia. Mas, de lá para cá, tem acontecido algumas coisas para me minar, alguns desmandos do meu trabalho.
– O cara (Ricardo Galotti) entrou do meio para o final da temporada sem conhecer nossos processos e nossas chancelas, mas ele era o homem do presidente. Não renovaram o meu contrato, voltei a reclamar com o presidente Osmar e me responderam que o clube estava com dificuldades financeiras. Então, dei um ultimato.
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O senhor entregou o cargo ao Fabinho Soldado ou ao presidente Osmar? – O Fabinho sempre me apoiou. Liguei hoje para o Fabinho e expliquei meus motivos. Depois, o Osmar me ligou dizendo que ia tentar me segurar. Disse que assinaria hoje meu contrato de renovação, mas é conversa fiada. Eu estou há semanas tentando falar com ele. Nunca me atendeu, nunca falou nada. O Fabinho tentou reverter, mas entreguei o cargo.
Como o senhor avalia a influência política dentro do CT Joaquim Grava? – Infelizmente, atrapalha muito o nosso trabalho. Lamento muito pela parte política porque eles (grupos políticos) não pensam no clube. Falei para o presidente: "Trabalhar no Corinthians com apoio já é difícil, agora sem apoio é impossível".
– Dentro do Corinthians tem uma pessoa muito séria, que é o Fabinho. O Osmar não sabe absolutamente nada de futebol. Quem mantém o clube é o Fabinho.
A sua saída tem alguma relação com os desfalques recentes do Corinthians?
– Não, de forma alguma. O Corinthians é o clube que mais rápido recupera jogadores no Brasil. O Reverson (preparador físico) e o Bruno (fisioterapeuta) fazem um trabalho incrível. O Bruno levou mais de R$ 1 milhão em equipamento novo para o Corinthians em permuta. Tudo coisa de primeira linha que não tinha no clube.
– A torcida bate na preparação física, mas eles trabalham muito pelo clube, pelo elenco. Jogador parado é dinheiro no ralo.
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