Esportes
Lars Grael vê hiato na vela brasileira e dispara: "Hoje o Brasil não conquistaria medalha olímpica"
Ídolo da vela brasileira, Lars Grael alertou para o risco de jejum olímpico e cobrou mais atenção à nova geração de atletas
GLOBOESPORTE.COM / KASSIO JUNIO
Um dos esportes mais vitoriosos do Brasil vive uma crise. A conclusão é do medalhista olímpico Lars Grael, que, nesta quarta-feira, analisou a realidade da vela brasileira. Em Manaus, o ex-velejador fez uma avaliação franca e afirmou que há um vácuo entre gerações na modalidade.
— Hoje vivemos um momento de preocupação. A geração dos irmãos Grael e do Robert Scheidt já se aposentou das Olimpíadas. As nossas sobrinhas, Martine Grael e Kahena Kunze, são bicampeãs olímpicas, mas estão em outra categoria. Há um hiato entre a geração antiga e a que ainda não chegou — afirmou.
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A declaração ocorreu no Fórum Estadual de Formação Esportiva, realizado no Centro de Convenções Vasco Vasques, anexo à Arena da Amazônia, em Manaus.
Mesmo reconhecendo o bom desempenho das categorias de base, Grael fez um alerta para o futuro próximo.
— Nas categorias sub-15, o Brasil vem muito bem, com títulos internacionais importantes. Mas pensando em Los Angeles 2028, neste momento, o Brasil não conquistaria medalha. Tomara que surja um novo talento que mantenha vivo o legado das 19 medalhas olímpicas da vela brasileira — completou.
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Atuando como embaixador do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), Lars também destacou a relevância do evento para o fortalecimento do esporte no Norte do país.
Ele reforçou a necessidade de garantir mais apoio aos atletas da região, que enfrentam desafios logísticos e estruturais para competir fora dos grandes centros.
— É muito gratificante participar desse fórum, o 22º, desta vez no Amazonas. Voltar a Manaus, compartilhar uma experiência de vida, de luta, de Olimpíadas, de aprender com derrotas e vitórias, é muito especial.
— O objetivo é mostrar aos gestores as oportunidades de filiação ao CBC, de receber apoio financeiro e passagens aéreas para participar de competições de base e nacionais. Essa é uma chance única de interagir com representantes dos 62 municípios — destacou.
Além das reflexões sobre o esporte, Lars também aproveitou para celebrar o reencontro com a cultura local e com o legado olímpico do professor Roberto Gesta de Melo, que mantém uma das maiores coleções particulares de materiais olímpicos do mundo.
— A gente que passou a vida treinando, ver a medalha do Adhemar Ferreira da Silva, objetos da Maria Esther Bueno, é fantástico. A culinária manauara é uma delícia. Uma coisa que ainda falta pra mim é velejar no Rio Negro. Já velejei em Belém, em Santarém... mas aqui ainda não tive essa oportunidade. Tomara que aconteça — concluiu.
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