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Capa do Correio B+, o ator Leonardo Miggiorin será Jesus na montagem de A Paixão de Cristo
'Estou muito feliz em dar vida a esse Ser iluminado que foi Jesus Cristo. É uma responsabilidade grande e uma benção'.
CORREIO DO ESTADO / POR FLAVIA VIANA - COLABOROU MIKAELLE CORNELISSE
Conhecido do grande público por obras como “Mulheres Apaixonadas” e “Presença de Anita” (ambas disponíveis no Globoplay), Leonardo Miggiorin, 41 anos, está atualmente no canal Viva, na reprise de mais um sucesso da Rede Globo, A Senhora do Destino.
Com possível estreia para julho, Leo poderá ser visto na série musical “Vicky e a Musa (antes chamada de “Musa Música”), no Globoplay . A produção, em parceria com o Gloob, é uma criação de Rosane Svartman, também autora da novela das 19h 'Vai na Fé'.
Atualmente, Miggiorin comemora o sucesso na produção teatral com “O que faremos com Walter”, peça em cartaz em São Paulo que tem o etarismo como tema central.
Ainda sobre os palcos, Miggiorin voltará a rodar o Brasil com o musical “A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa”, onde encarna o personagem Olímpio. A peça é baseada no último livro de Clarice Lispector.
Formado em Psicologia e pós-graduado em Psicodrama, Miggiorin se curou da depressão durante a pandemia ao se dedicar ao trabalho social. Ele é o idealizador do Projeto Casa Encontro, um programa que beneficia idosos em vulnerabilidade atendidos pelo Instituto Velho Amigo, no qual o ator é embaixador-guardião.
O ator Leonardo Miggiorin dividiu com a gente aqui no B+ em entrevista exclusiva a emoção de interpretar Jesus na montagem de A Paixão de Cristo que acontecerá nos dias 07, 08 e 09 de abril em Alagoinha, Pernambuco. Veja o bate papo que Leo teve com a gente logo abaixo na íntegra...
CE - Como foi o início da sua carreira sendo tão novo? Dificuldades? LM - As dificuldades do início foram sempre superadas porque meu sonho era trabalhar na TV. Eu quase não ganhava nada, passava um baita perrengue pra me deslocar para as gravações, mas eu ia com um sorriso no rosto, pois a realização era maior que o perrengue.
Sem dúvida houve momentos complicados. Já dormi na rodoviária depois de uma gravação na TV. Eu tinha que esperar meu ônibus pra voltar pra Curitiba e as vezes não dava tempo. Então precisava esperar o próximo no dia seguinte.
Era muito contraditório sair de um estúdio todo equipado com estrelas da TV e ir pra rodoviária pegar ônibus. Mas, a realidade do artista em começo de carreira é quase sempre essa. CE - Qual projeto você considera sua conquista mais significativa? LM - Atualmente produzir uma peça, e empreender na Cultura tem sido a minha conquista mais significativa. Mas, entre meus papeis, personagens, eu considero o Otniel da novela Bíblica “A Terra Prometida” o personagem que mais me transformou. Ele era um personagem frágil que se torna o Líder da Tribo de Judá. Foram ensinamentos preciosos!! CE - Você fez novelas muito importantes e marcantes na TV. Poderia nos contar o que significou pra você? LM - Sou extremamente grato pelos trabalhos que realizei e amizades que fiz nesse caminho. E tenho um baita orgulho da carreira que consegui trilhar até aqui.
Considero um grande feito ter saído do interior, sem orientação para o mundo artístico, e conseguir entrar para um grupo seleto de atores conhecidos no Brasil, cada vez mais raro. Foi a Escola que me orientou e mostrou o caminho. Eu fui em busca e conquistei! Acredito na força do pensamento, no poder da ação e das escolhas!
CE - E seus trabalhos no streaming? LM - Vou estrear no Streaming e estou pulando de alegria com isso. Fazer essa transição da TV aberta para as séries dos canais fechados ou dos Streamings exige uma adaptação. É como entrar pra uma nova turma, com novos combinados, numa dinâmica diferente. Estou feliz por começar num projeto da Globoplay.
CE - O quão importante é a sua relação com a atuação? LM - Atuar é um encontro com sua própria alma e com Deus. É quando me sinto mais completo, utilizando meu pensamento, meu corpo, meu espírito pra representar outras almas. Tá no sangue. Tão enraizado em mim que não sei se um dia deixarei de atuar. É orgânico pra mim. Mas, tem sido bom descobrir novos papeis na profissão, como produtor cultural e diretor.
CE - Sua grande estreia na TV foi em “a presença da Anita” como foi e o reconhecimento? LM - Naquela época em que não havia internet, instagram e twitter, a projeção da TV Globo era ainda maior. Praticamente todo o Brasil, naquela época, assistiu ou soube da minissérie de Manoel Carlos. Foi um sonho pra mim, um passo importante da minha carreira que me abriu as portas. Sou extremamente grato ao Maneco (Manoel Carlos) e a família dele que no início de minha carreira foram essenciais para a formação do meu caráter e de minha trajetória artística.
CE - Qual foi a sensação de ser indicado para o prêmio BIBI FERREIRA como Melhor Ator Coadjuvante em Peça de Teatro? LM - Ser reconhecido no teatro é um sonho que ainda desejo conquistar. O trabalho do ator é uma pesquisa constante que não pode parar.
CE - Como é ver a peça “o que faremos com Walter” ser um grande sucesso? LM - É uma realização imensa. Consegui captar verba para o projeto e com isso gerar empregos para parceiros e amigos, pessoas com quem sempre quis trabalhar, como a Grace Gianoukas, o Elias Andreato, a Norma Blum...uma equipe fabulosa! Esse era um sonho antigo: empreender e gerar empregos, para mim e para outros parceiros.
CE - Senhora do Destino é um dos grandes sucessos da TV Globo, como está sendo novamente essa repercussão e ter feito parte desse elenco? LM - As pessoas me chamam de Políbio nas ruas até hoje. O Shao Lin foi um grande personagem, cativante, controverso, engraçado...caiu nas graças do povo. Sou grato e retribuo sempre com carinho!!!
CE - Conta um pouco pra gente sobre o seu trabalho social... LM - Eu sou psicólogo e atualmente estou me formando como Psicodramatista – diretor de Psicodrama na ABPS (Associação Brasileira de Psicodrama). É uma forma de integrar as áreas que eu já gostava, o teatro e a psicologia. Atualmente, me vejo como um desenvolvedor de pessoas, um facilitador de grupos, alguém que quer e pode ajudar de diversas maneiras. É fácil ajudar as pessoas, basta querer. O trabalho social é fruto de uma vontade de agregar, de ajudar, de acabar com a injustiça.
Eu criei o projeto Casa Encontro, em parceria com o Instituto Velho Amigo, para oferecer um Programa de Desenvolvimento de Habilidades Empreendedoras para pessoas idosas em situação de vulnerabilidade. São 5 módulos para ajudar essas pessoas a voltarem para o mercado de trabalho, um projeto que me fez amadurecer muito.
Passei o ano de 2022 me dedicando voluntariamente a esse projeto, que acabou dando vida ao projeto cultural e agora está se tornando um projeto independente. Sou extremamente grato pela ajuda que recebi do Instituto Velho Amigo e das senhoras (meus amores) da comunidade de Heliópolis.
CE - Você volta com “A hora da estrela ou O cato de Macabéa”? LM - Temos chances de voltar em cartaz no Rio de Janeiro ainda este ano. É um projeto lindo. Atuar ao lado de Laila Garin e Claudia Ventura é uma benção... Muito amor envolvido. Espero que esta obra volte em cartaz, é uma obra genuinamente brasileira, merece ser vista!
CE - Como está a sua expectativa para estrear algo tão marcante e significativo que é ‘A Paixão de Cristo? LM - Eu até chorei quando recebi o convite. Já encarnei o personagem Jesus em outras ocasiões, até brinco que Jesus sempre me acompanha. Agora eu só respondo assim pra minha mãe: Jesus te ama! Ela adora!! Estou muito feliz em dar vida a este Ser iluminado que foi Jesus Cristo. É uma responsabilidade grande e uma benção também, vou me conectar ainda mais com a trajetória, os valores e o caminho que Jesus trilhou. Estou radiante de felicidade!
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