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Solução 'paliativa' na cratera da Chácara dos Poderes resiste à primeira chuva
Moradores afirmam que obra facilita o ir e vir, mas cobram resposta definitiva para o problema
CORREIO DO ESTADO / LEO RIBEIRO
Cerca de duas semanas após ser arrastada pelas fortes chuvas, a estrada EW-3 - um dos únicos acessos dos moradores da Chácara dos Poderes - foi restaurada, e a solução, encarada pelos moradores como paliativa, resistiu à primeira chuva registrada este fim de semana em Campo Grande.
Ainda em 11 de março a região periférica foi duramente castigada, entrando para lista de estragos causados pelas chuvas que se acumulam desde o início do ano.
Na ocasião, toda a estrada foi 'engolida' por uma cratera, e árvores foram derrubadas com a força da chuva e conforme o terreno ia cedendo aos poucos.
Neste domingo (26), o que se via pelo local era uma estrada restaurada, apoiada por uma espécie de 'parede' de pedras que sustentam a via.
Vale ressaltar que a vala aberta, por onde as árvores e a própria via foram arrastadas, permanece no local, ficando entre a parede de pedra e 12 manilhas enfileiradas, que foram 'recheadas' com mais rochas, que servem como contenção.
Esse 'tapa-cratera' luta contra o mau-tempo há aproximadamente duas semanas, quando equipes da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) usavam máquinas para entulhar o buraco.
Enquanto a cratera ainda era coberta pelas pedras, um dos próprios trabalhadores do local - que buscou o anonimato - já dizia que o retrospecto não era dos melhores, aumentando a descrença de que a solução realmente funcione.
'Tem que acreditar no que estamos fazendo, mas não depende só de nós. A gente executa o que o engenheiro planeja e o que determinam. Mas aqui a chuva vem forte e em abundância, é complicado e difícil isso dar certo', disse.
Moradores cobram
Alguns moradores ainda resistem em passar pelo local, se inteirando do andamento das obras através do grupo de populares locais.
Ana Paula, professora de geografia, é uma das moradoras que acompanha as obras, e confirma que a prefeitura executou os reparos.
'Remendos, paliativos, que não resolvem o problema em definitivo. Entretanto, facilitam o nosso ir e vir no momento', diz.
Ela ainda revela que foi proposta a definição de um grupo de trabalho, que envolve técnicos da prefeitura, do Ministério Público e alguns outros moradores que também são profissionais que podem auxiliar com conhecimento técnico.
'Temos aqui engenheiros, agrônomos, geógrafos, arquitetos, q moram e conhecem profundamente a dinâmica do bairro e, por isso, com soluções interessantes. Pode ser um caminho. Estamos esperançosos', complementa a docente.
Outros pontos precários
Além dessas obras, feitas em cerca de 15 dias, alguns estragos igualmente causados pela chuva seguem à espera de intervenções por parte do Executivo, entre eles as crateras embaixo da ponte da Fernando Correa com José Antônio; no bairro Alves Pereira (caso semelhante à Chácara dos Poderes) e o estrago que interditou a via no Lago do Amor.
Tanto na Fernando Corrêa quanto no Alves Pereira, a situação é a mesma de quando os buracos foram abertos, no início e fim do mês de fevereiro, respectivamente.
Na avenida, a mesma sinalização que interdita a José Antônio é mantida da mesma forma, impedindo que carros cruzam a Fernando Correa sigam viagem sem dobrar à direita.
Já no Alves Pereira, o que se vê é a mesma cratera que se abriu no dia 27 de fevereiro. De diferente, talvez, o tamanho, com trechos de rua cedendo cada vez mais para dentro do buraco.
Enquanto isso, a 'mais antiga' cratera -aberta pelas chuvas de 04 de janeiro -, no Lago do Amor, já soma 50 metros de comprimento, engolindo parte da ciclovia e interditando um trecho da pista de mão dupla.
Vendedor de côcos na região, Nivaldo Rodrigues afirma que a situação desfavoreceu totalmente, principalmente para quem tinha ali como sustento e hoje vê o local parado, com menos visitantes do que costumava presenciar.
'Está prejudicando tudo, até o trânsito. Acontece com frequência carros na contramão, o que é perigoso. Pessoal nem está vindo mais aqui, nem apareceu ninguém, porque realmente a chuva tem prejudicado bastante. Queira ou não queira, está ruim', afirma.
Além dele, José Orlando Campos é outro comerciante do local e, afirma que também já não encontra tantas pessoas para comprar suas pipocas. Ele reclama da demora para que alguma medida seja tomada.
'Já devia ter começado, pelo menos a colocar pedra, um reforço do lado de lá. A não ser que vão quebrar tudo isso, disseram que vão aumentar 15 metros para lá. Acho que até a prefeita está perdida', finaliza.
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