• Sexta, 04 de Outubro de 2024

Bandidos têm desfalque de R$ 2 milhões com interceptação de comboio de cigarro

Policiais do Garras retiveram 15 carros de alto padrão de contrabandistas que traziam carga do Paraguai para Campo Grande

CORREIO DO ESTADO / ALISON SILVA


Criminosos utilizavam carros de alto padrão, como SUVs, para despistar a polícia e levar mercadoria - Gerson Oliveira

Organização criminosa especializada em contrabandear cigarros do Paraguai para vender em território brasileiro teve um desfalque de pelo menos R$ 2 milhões, entre patrimônio perdido e mercadoria que foi apreendida por policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), da Polícia Civil. 

A apreensão ocorreu no fim de semana, na madrugada de sábado (25), em emboscada feita pelos policiais na região do Capão Seco, zona rural do município de Sidrolândia. 

Os cigarros, conforme os policiais, foram embarcados em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia fronteiriça com Ponta Porã, e tinham como destino a capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande. 

Conforme o delegado Guilherme Scucuglia Cezar, responsável pela apreensão conduzida no escopo da Operação Hórus, divulgada nesta segunda (27), o grupo, formado por pelo menos 15 integrantes, era extremamente organizado e transportava cigarros do Paraguai em veículos de alto padrão por meio de um comboio com vários batedores. 

A ação mirou o grupo de contrabandistas, que tinha a meta, segundo os oficiais, de chegar a Campo Grande. Ninguém foi preso. 

Ao avistarem as equipes do Garras, os motoristas abandonaram os veículos. Ainda não se sabe se, a partir da Capital, as caixas de cigarro contrabandeadas seriam reenviadas para outras regiões do Brasil, o que também é costume das quadrilhas. 

De acordo com a polícia, entre os carros apreendidos estão modelos como Corolla; T-Cross, avaliado em R$ 117 mil; Nissan Kicks, orçado em R$ 110 mil; e Eco Sport, orçado na mesma faixa de preço.

Além dos veículos e do cigarro apreendido, o Garras destacou que os contrabandistas também traziam ao Brasil cargas de agrotóxicos e pneus, porém, em menor número. 

“Os veículos são preparados para percorrer longas distâncias em curtos períodos de tempo. Os envolvidos retiram os bancos dos carros e adaptam o veículo para caber o conteúdo contrabandeado”, explica o delegado. 

Os policiais contam que os veículos não tinham espaço para nenhuma pessoa entrar além do motorista. Todos os criminosos que conduziam os carros viajavam sozinhos. Eles fugiram a pé pelo mato. 

“Temos a consciência e investigamos a quadrilha no âmbito da Operação Hórus, sabemos que eles têm uma hierarquia. A praxe é manter-se em locais premeditados e já utilizados como subterfúgio para se esconder de ação policial”, destacou o delegado.

Guilherme Scucuglia frisou que os contrabandistas não têm pressa para realizar as ações e que aguardam sempre o melhor momento para chegar ao destino combinado.

“A princípio, tudo indica que viriam a Campo Grande e daqui escoariam para o restante do País”, disse. 

Para a polícia, além de contrabando, os envolvidos podem responder por organização criminosa, receptação e adulteração de veículo, uma vez que os carros apreendidos possuem placas frias.

OPERAÇÃO HÓRUS

A Operação Hórus é uma ação permanente e conjunta, realizada em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp-MS).

Nesta operação, em que há troca permanente de informações e pagamento de diárias por meio do governo federal, estão envolvidos policiais estaduais, como civis e militares, do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e também rodoviários federais e federais. 

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