Esportes
Caio Souza tem melhor colocação no Mundial e fecha no top-10 do individual geral
Brasileiro acaba em nono lugar na disputa dos ginastas mais completos do mundo apesar de queda na última acrobacia. Diogo Soares é 17º, e japonês Daiki Hashimoto é tricampeão
GLOBOESPORTE.COM / FILIPE CURY
A cada saída cravada, Caio Souza vibrava. O brasileiro de 32 anos cresceu na final do individual geral desta quarta-feira e, não fosse por uma queda na última acrobacia do solo, seu último aparelho, poderia ter se aproximado de um pódio inédito para o Brasil. O finalista olímpico terminou na nona posição na disputa dos ginastas mais completos do Mundial de ginástica artística de Jacarta, com 80,530 pontos. Foi a melhor colocação de Caio em sua sexta final na prova em Mundiais, subindo uma posição em relação à edição de 2022. Diogo Soares terminou na 17ª colocação, com 77,264 pontos.
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Apesar de ter caído um posto em relação à classificatória, Caio teve maior somatório na final e só não melhorou suas apresentações no solo, em que teve queda, e nas argolas, aparelho em que arriscou com sucesso uma série difícil no domingo para avançar à final do aparelho, que disputa na sexta-feira. Diogo, por sua vez, se manteve entre os melhores do mundo, mas sofreu duas quedas na barra fixa que o impediram de repetir o top-10 do último Mundial. A melhor colocação de um brasileiro na prova é a quinta colocação de Sérgio Sasaki em 2013.
O título de ginasta mais completo do mundo voltou para Daiki Hashimoto. Depois de ter falhado nas Olimpíadas de Paris, o campeão olímpico de Tóquio fez uma prova quase perfeita na Indonésia com 85,131 pontos e conquistou o tricampeonato mundial do individual geral, seu quinto ouro em Mundiais. A prata ficou para o chinês Zhang Boheng, campeão mundial de 2021 e atual vice olímpico, com 84,333 pontos. A novidade no pódio foi o suíço Noe Seifert, que somou 82,831 pontos para levar o bronze, aproveitando as falhas do chinês Shi Cong e do japonês Oka Shinnosuke, atual campeão olímpico.
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A final
Primeira rotação Os brasileiros começaram a final em seus aparelhos mais fracos. Caio Souza havia falhado no cavalo com alças na classificatórias, mas desta vez saiu do aparelho vibrando. A nota de 12,466 pontos só o colocou na 21ª posição na primeira rotação, mas já foi quase 1,5 a mais que no domingo. Diogo Soares, por sua vez, fez uma série de argolas mais simples, apostando na boa execução. Conseguiu 12,566, quase dois décimos a mais que na classificatória, e se colocou inicialmente na 20ª colocação.
Entre os líderes, o japonês Oka Shinnosuke liderou com 14,066 nas argolas - o campeão olímpico havia falhado na classificatória. O japonês Daiki Hashimoto e o francês Anthony Mansard vieram na sequência, com 14,000 pontos, um no solo, outro no salto, respectivamente.
Segunda rotação Classificado para a final das argolas, Caio diminuiu a dificuldade da saída em relação ao da classificatória para não correr riscos. Fez uma série bem executada e cravou a saída. A nota 13,866 foi quase meio ponto abaixo da de domingo, muito pela dificuldade ter sido 0,4 inferior. Com isso, subiu para a 14ª posição.
Diogo fez o oposto no salto: aumentou a dificuldade. Ele tinha feito um salto muito simples no domingo e aumentou para um Yurchenko com dupla pirueta, com nota de dificuldade 0,8 maior. O brasileiro pisou com um pé fora da área de aterrisagem, mas ainda conseguiu 13,400, 0,9 a mais que na classificatória. Assim, subiu para a 17ª posição.
Atual campeão mundial e líder da classificatória, Hashimoto assumiu a liderança com 13,966 no cavalo com alças. Na cola, o suíço Noe Seifert, que brilhou com 14,000 pontos também no cavalo. Oka teve dificuldades no salto e caiu para a terceira posição.
Terceira rotação Finalista olímpico do salto, Caio havia sofrido uma queda no aparelho durante a classificatória. Na final, o brasileiro acertou o Dragulescu (duplo mortal grupado com meia volta), só deu um passo largo para trás na chegada e recebeu 14,133, quase 0,9 a mais que na classificatória. Com isso, subiu para a 10ª posição.
Diogo teve um desequilíbrio médio nas barras paralelas, mas compensou com uma saída cravada. Tirou 13,166 pontos, dois décimos a menos que na classificatória. Assim, ele se manteve na 17ª posição.
Entre os líderes, Oka se recuperou com 14,666 nas barras paralelas, aparelho em que foi bronze nas Olimpíadas de Paris. O atual campeão olímpico do individual geral voltou ao primeiro posto da final. O chinês Zhang Boheng, campeão mundial de 2021, brilhou nas argolas com 14,600 e subiu para a segunda posição. Hashimoto, com 13,566 nas argolas, caiu para a terceira posição.
Quarta rotação Finalista das paralelas no Mundial de 2021, Caio fez mais uma boa apresentação no aparelho. Com boa execução, tirou 13,833 pontos, pouco mais de um décimo melhor que na classificatória. Assim, subiu para a sétima posição.
Diogo teve na classificatória a barra fixa como seu melhor aparelho. Na final, porém, sofreu duas quedas na tentativa de acertar uma de seus voos. Tirou 11,433, quase 2,5 pontos a menos que no domingo. Com isso, acabou caindo para a 19ª posição.
Os líderes da prova mantiveram as três primeiras posições. Oka tirou 14,400 na barra fixa, Zhang 14,200 no salto e Hashimoto 14,466 no salto. O trio se distanciou dos rivais na disputa pela medalha, com o chinês Shi Cong e o suíço Seifert na perseguição.
Quinta rotação Na barra fixa, Caio praticamente cravou uma série de muita dificuldade. Só teve uma retomada mais perto do aparelho no último voo, mas compensou com uma saída cravada. Conseguiu 13,866 pontos, pouco mais de um décimo a mais que na classificatória. Apesar da boa nota, caiu uma posição, indo para a oitavo lugar, porque o russo Daniel Marinov brilhou com 14,700 nas barras paralelas.
Diogo Soares não se deixou abater pelas quedas na barra fixa e fez um bom solo, cravando a última acrobacia. Ele conseguiu 13,233 pontos, três décimos a menos que na classificatória. Assim, manteve a 19ª posição.
Entre os líderes, o atual campeão olímpico teve muitos problemas no solo. Oka tirou apenas 11,866 e saiu da disputa por medalhas. O Japão, porém, continuou no topo. Hashimoto assumiu a liderança com 14,433 nas barras paralelas. Zhang manteve a segunda posição com 13,933 nas paralelas, e Shi Cong passou ao terceiro posto, com 14,433 na barra fixa.
Sexta rotação Caio estava cravando também sua série de solo. Na última acrobacia, porém, faltou altura, e o brasileiro teve de apoiar as mãos no chão. A queda fez a nota de Caio cair para 12,366, quase 0,8 a menos que na classificatória. Caiu um posto no ranking, fechando na nona colocação, somando 80,530 pontos.
Diogo fez uma grande apresentação no cavalo com alças. Ele tirou 13,466 pontos, pouco mais de três décimos melhor que na classificatória. Subindo dois postos para fechar na 17ª posição, somando 77,264 pontos.
Entre os líderes, o chinês Shi Cong não foi preciso no solo e acabou cedendo uma vaga no pódio para o suíço Noe Seifert, que somou 82,831 pontos, fechando com um solo de 13,866. Pelo quarto Mundial seguido, a disputa ficou entre Zhang e Hashimoto. O chinês conseguiu 13,600 no solo e ficou com a prata, somando 84,333 pontos. O japonês conseguiu 14,000 pontos e conquistou o tricampeonato.
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